Para contar a história do brincar é
preciso sobrevoar o passado; então propus aos meus alunos criar uma linha do
tempo familiar. Pedi que fizessem entrevistas com as pessoas da família e
vizinhos, anotando a idade do entrevistado e o tipo de brincadeiras que usava
na infância.
Surgiram tantas sugestões que fiquei até
surpresa ao ouvir sobre brinquedos que estavam esquecidos. Foram lembrados :
cantigas de roda, dados, bolas de gude, vai e vem, bonecas de espiga de milho,
as comidinhas, as casinhas pega varetas, iô-iô, e um especial que meu avô
brincava a 90 anos com os amigos quando era pequeno. O nome do jogo era “ Qnep”
e era jogado na rua com grãos de feijão, que hoje se chama olho de cabra. Os
meninos jogavam o feijão e tinham que alcançar o buraco para fazer o
ponto. Assim o que não conseguia acertar
o buraco passava o grão de feijão ao outro. Ganhava o que mais feijões
conquistava a cada rodada.
Para iniciar o trabalho lemos um poema
de Christiane Martinatti Maia, para que
a ideia do trabalho fosse perfeitamente compreendida.
“ Meu avô brincava de carrinho...
Carrinho construído com pedaços de
madeira!
Minha avó brincava de boneca...
boneca
feita de pano!
Meu pai brincava de carrinho...
Carrinho de lomba!
Minha mãe brincava de boneca...
boneca de louça!
Minha irmã brincava de boneca...
Boneca Barbie!
E eu, com o que brinquei?
Não brincava só de boneca, não!...
Brincava com os soldadinhos, jogos de
botão,
bolas de gude, pega-ladrão!
Com meu primo Iuri.
E o meu primo Iuri?
brincava
com minhas bonecas,
meus brinquedos...
Vivíamos
tentando misturar,
realidade e ilusão !”
Assim ressaltamos a importância da
história e o quanto é importante retornarmos ao passado, resgatar as raízes
que, muitas vezes ficam esquecidas, atreladas ao fundo do mesmo. O mais interessante
foram as discussões sobre as mudanças ao longo dos anos e a descoberta que, os
brinquedos sempre fizeram parte das infâncias. Descobrimos que, como num
carrossel, o brincar “girou” mas pode ser resgatado e adaptado aos dias de
hoje.
O texto de Hilary Cooper permitiu
trabalhar “eventos sequenciais ao longo do tempo...” o que, “dizem sobre as
formas de vida no passado”... “ e vemos como as coisas eram diferentes...”
desenvolver a observação sobre usos e costumes, as diferenças entre o passado e
o presente e o quanto pode ser aproveitado se colocadas em prática o que
aprendemos com o passado.
Referências: COOPER, Hilary. Aprendendo
e ensinando sobre o passado as crianças de 3 a 8 anos.

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