O resgate de postagens dos primeiros semestres permitiu uma reflexão e avaliação através dos workshops e retomando a singela Síntese Reflexiva de 06/12/2015 reconsidero a sua importância, bem como das demais, como sendo um processo avaliativo das interdisciplinas e o consequente aprendizado.
Hoje, as vésperas do final do curso, ao olhar o primeiro workshop e os subsequentes vejo-os como oportunidades de, realmente, tentar desacelerar, relacionar e refletir como as atividades realizadas possibilitarão as mudanças necessárias ao contexto profissional.
O caminho percorrido no Pead foi cheio de percaussos, mas foi também de aprendizado e crescimento, onde a construção individual foi acrescida pela convivência com colegas, professores e tutores que, com certeza, deixarão marcas indeléveis na concretização do meu aprendizado profissional e de vida.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
INFÂNCIA SOFT
Os artefatos e imagens cumprem a função de representar, apresentar,nomear, situar, identificar, etiquetar e traduzir tanto os sujeitos quanto os grupos sociais para os outros grupos. Muito mais que representar os sujeitos e os grupos, os artefatos e imagens instituem os modos de vermos os outros e nos relacionarmos com o mundo. ( CUNHA, 2005 P.31)
As mídias nos dão uma visão de mundo e determinam valores, classificam o que é belo, bom e induz a excluir tudo que foge a sua idealização; idealização essa que busca unicamente o retorno econômico de grandes corporações.
A publicidade (...ensina os indivíduos o que eles precisam e devem desejar, pensar e fazer para serem felizes, bem sucedidos (...) ensina uma visão de mundo, valores e quais comportamentos são socialmente aceitáveis e quais não aceitáveis ( KELLNER, 1995 ,P.112)
Uma imagem não é apenas o que ela mostra, mas conforme HERNANDEZ ,2007 P.32 "...ela é carregada de significações..." com a finalidade de formar identidades consumidoras das imagens mostradas. Dentro deste contexto a infância é mostrada inocente e delicada, "branca" e bem cuidada, idealizando a imagem do " bebê sonhado", fofo e delicado, meigo, transbordando saúde e alegria.
Essa é a representação da infância soft, enquanto existem outras crianças que fogem a estes parâmetros e que não são visibilizadas mas que existem, enquanto as mídias vendem aos milhares produtos vinculados a essas imagens e produzindo discriminação e acirrando o consumo desenfreado já na infância.
Referências:
CUNHA, 2005 P.31 IN Retratos de uma infância contemporânea: os bebês nos artefatos visuais, BORGES, Camila Bettim e CUNHA, Suzana Rangel Vieira
KELLNER,1995 P.112 IN CUNHA, 2005 P.31 IN Retratos de uma infância contemporânea: os bebês nos artefatos visuais, BORGES, Camila Bettim e CUNHA, Suzana Rangel Vieira
HERNANDEZ,2007 P.32 IN CUNHA, 2005 P.31 IN Retratos de uma infância contemporânea: os bebês nos artefatos visuais, BORGES, Camila Bettim e CUNHA, Suzana Rangel Vieira
PROJETOS/ APRENDIZAGENS
É hora de rever os quatro primeiros eixos, observar o que foi aprendido. O caminho percorrido até aqui me mostrou uma nova prática de sala de aula, diferente baseada na elaboração ou arquitetura de Projetos de Aprendizagem; prática essa " ...que configura uma situação aberta, desestabilizadora, cujos caminhos e resultados não são pré-determinados e nem conhecidos de antemão pelos docentes."
(COSTA, MAGDALENA)
Os Projetos Pedagógicos de Aprendizagem fazem mais significativa á aprendizagem, porque parte dos interesses dos alunos, o que dá significado ao conhecimento porque se envolvem na busca de respostas as suas inquietações, sem os conteúdos massantes, mas sim que são do interesse de cada um num processo aberto e flexível na busca de aprendizado.
Iniciar práticas diferentes, como os Projetos de Aprendizagem, traz expectativas e até medo por estarmos acostumados aos conteúdos prontos.
Hoje, no entanto, vejo como é importante orientar os alunos para que tenham autonomia e sejam construtores do seu próprio conhecimento.
A importância dos jogos e das brincadeiras no ensino da matemática
Escrevo minhas considerações sobre a importância dos jogos e brincadeiras no ensino da matemática. Nos semestres anteriores vimos como a ludicidade favorece a socialização que desenvolve habilidades como: compreensão das regras, atenção, organização, interação, raciocínio lógico, criatividade e auto confiança como afirma (RIZZI,2001)
O conteúdo e a dinâmica do jogo não determinam apenas a relação da criança com o objeto mas também suas relações em face a outros participantes do jogo. Assim, o jogo de regras possibilita o desenvolvimento das relações sociais da criança.
( RIZZI, HAYD, 2001 P.86)
Os conteúdos atrativos alcançam mais facilmente os objetivos propostos e os alunos assimilam e compreendem os conceitos expostos. Segundo KISHIMOTO:
O jogo na educação matemática passa a ter caráter de material de ensino quando considerado promotor de aprendizagem.A criança, colocada diante de situações ludicas, aprende a estrutura lógica da brincadeira e, deste modo e , aprende também a estrutura matemática presente. ( KISHIMOTO, 2010 P.80)
Assim, percebi na prática que ao apresentar conteúdos através de jogos tive maior alcance dos alunos na concretização dos objetivos propostos de forma acessível e natural d construção da aprendizagem.
Referências: Kishimoto, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. In: KISHIMOTO,Tizuko Morchida( org).Jogo brinquedo, brincadeira e a educação 4º edição. São Paulo:Cortez, 2000.
O tempo e o espaço
Refletir sobre o tempo e o espaço me fez concluir que o tempo não é igual para todos e para tudo, no entanto, no entender de ( GOMES,2004) o tempo individual como o coletivo são importantes e a fragmentação e automatismo do tempo escolar não criam momentos preciosos e de satisfação para o desenvolvimento integral do sujeito.
O tempo de aprendizagem não deve ser usado para quantifica-la através de uma nota no final do ano, mas usar esse tempo " ...Para se pensar juntos, para decidir coletivamente, o que fazer, como fazer, porque fazer", tempo de criação e não como os tempos vividos em anos anteriores como "...tempo de repetição."( SAMPAIO 2002,P.190)
Hoje concluo que ao fragmentarmos o tempo deixamos passar oportunidades de enriquecimento e crescimento dentro e fora da sala de aula. É preciso usar os tempos conjuntamente para eliminar diferenças e promover mudanças que promovam intensamente a vida porque " O tempo que levamos dizendo que para haver alegria na escola é preciso primeiro mudar radicalmente o mundo é o tempo que perdemos para começar a inventar e a viver a alegria." ( PAULO FREIRE 1993,P.10)
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
LUDICIDADE
A criança precisa das brincadeiras porque ela própria ao brincar cria seu jeito de aprender, porque é desafiador e porque sem que perceba está aprendendo.
Através das interdisciplinas do Pead, pude ver a necessidade de fazer escola de maneira mais criativa e dinâmica utilizando-se da música, das artes e tantas outras criando uma pratica diferenciada onde, a partir do seu interesse, e de forma autônoma pode contextualizar conceitos através da ludicidade e da imaginação efetuando a aprendizagem de maneira natural e prazerosa que é também o que aprendi até agora
Referências: Fortuna, Tânia Ramos. Sala de aula é lugar de brincar?
O olhar da sociedade sobre a infância
Como complemento de minha postagem :" O olhar da sociedade sobre a infância na contemporaneidade", trago a afirmação de SARMENTO que estamos em tempos de mudanças sociais no dia a dia no contexto familiar, escolar e espaço público, contrariando a visão da " morte da infância ".
Para SARMENTO, na atualidade, estão ocorrendo modificações no modo de ser da infância, na heterogeneidade e na representação social.
A criança hoje assume novos papéis face também as mudanças que ocorrem, por isso conhece-las em sua complexidade como um todo é papel da " sociedade adulta"para se buscar implementação de ações sociais e políticas dirigidas a promover e garantir à criança direito de inserção como cidadãos ativos a sociedade e que deixem de, como na Idade média de serem " considerados meros seres biológicos, sem estatuto social, nem autonomia existencial", mas como cidadãos ativos onde possam partilhar do mesmo lugar na sociedade.
EROTIZAÇÃO INFANTIL
Revendo a postagem as Mídias e a erotização infantil, percebi o quanto esse processo foi crescente, o quanto o bombardeio dos meios de comunicação tem avançado e alcançado nossas crianças.
"...infâncias estão sendo definidas por formulações estéticas concebidas nas grandes corporações que ditam regras, comportamentos e modelos do que deve ser segui-do ou não."
BORGES, CUNHA, P.103
"...imagens ensinam nosso olhar e estes artefatos visuais contribuem para que crianças...
constituam seus modos de ver, ser, ler, elaborar imagens, perspectivas, de pensar, de fabular."
BORGES, CUNHA, P. 101
CUNHA (2005) díz: "estas formas de ensinar são visíveis em suas materialidades ostensivamente exposta e oculta aquilo que elas ensinam no (in) visível: significados, valores, inclusões e exclusões, desigualdades sociais e relações do poder.
As mídias apresentam modelos de ser e pensar e induzem as crianças a seguirem padrões de uma sociedade líquida onde sentimentos e relacionamentos deixaram de ter valor.A infância já não é feita de brincar, sonhar, de fadas e super heróis, mas de escolhas que até então, faziam parte do universo adulto.
Penso que a criança deveria ser e viver a plenitude da infância: crescer e florescer.
Referências:
BORGES, Camila Bettim, CUNHA, Suzana Rangel Vieira.Retratos de uma Infância Contemporânea: os bebês nos artefatos visuais.p.103
Infâncias
Rever as interdisciplinas me levou a refletir sobre os conceitos estudados e a forma como tenho levado a teoria ao contexto escolar como finalidade de promover a socialização e a integração dos diversos grupos.
As situações que ocorrem nas brincadeiras moldam o caráter da criança no exercício da paciência, do entender o outro, esperar, ceder, bem como desenvolvendo a imaginação, criando habilidades e capacidades de resolução cognitiva, emocional e social.
Um ponto positivo para a inclusão do lúdico na sala de aula foi atrair a atenção dos dispersos.
Hoje, as crianças relacionam o brincar com artefatos eletrônicos o que ás leva a inércia, a sedentariedade e obesidade.
As vantagens de se proporcionar as crianças o brincar vão além do fato de proporcionar prazer e um bom desenvolvimento físico e mental. Para CUNHA, (1994), o brincar é uma característica primordial na vida das crianças, porque é bom, é gostoso e dá felicidade. Além disso, ser feliz, é estar mais predisposto a ser bondoso, amar o próximo e a partilhar fraternalmente, são outros pontos positivos dessa prática.
Por fim, brincar é um direito da criança e é garantido pela lei 8.069 de 13 de julho de 1990 no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Retrato da escola
Retomar as postagens dos semestres iniciais, os primeiros passos na caminhada acadêmica foi a comprovação de que agregamos novos saberes e que cada passo vai abrindo novos caminhos.
Refletir criticamente sobre o dia a dia escolar, além de nos mostrar onde erramos, evidencia as metas a serem alcançadas para melhorar a forma de se construir a escola, levando em conta os interesses dos alunos, suas curiosidades para que tenham a oportunidade não só de aprender, mas de crescer como cidadãos conscientes da responsabilidade que cabe a cada um. Para isso a escola democrática deve acontecer priorizando a convivência baseada no respeito à individualidade, e a não discriminação, sendo a base para aproximação e harmonia de professores x alunos x comunidade, oportunizando a formação de cidadãos cientes de seus direitos e deveres e participantes do processo de construção de um mundo melhor.
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